julho 20, 2009
Recomeço...
Saudades de todos.
Feliz Dia do Amigo.
Foto: Turma de amigos num subúrbio do Rio, anos 60.
abril 16, 2009
Miscigenação de família
Foto: Minha mãe, sua prima-irmã e meu pai,então namorado, futuro marido.
Historiar miscigenação no nosso país é bem mais complexo que avaliar índices ligados a questões raciais; não se trata de enfatizar ou negar misturas sociais, políticas e étnicas e sim pensar culturalmente as sociedades à luz desses fatores. Comemorando seus oitenta anos, idade que a minha miscigenada mãe também completaria esse ano, a Mangueira trouxe ao carnaval de 2009 um enredo sobre o povo brasileiro e as heranças da miscigenação transportando-nos para o século 15, mostrou o primeiro contato do homem branco com o indígena, falou das habilidades negras trazidas do continente africano, da cultura artesanal dos povos do sertão e da marcha implacável e povoadora dos bandeirantes pelo interior do país, entre outras evidências e dados de que o Brasil foi e é realmente multicolorido, muito além da questão da cor... A questão do racismo no Brasil, como em outros países do mundo, está muito mais ligada à aspectos políticos e financeiros do que à quantidade e/ou qualidade de uma miscigenação que é parte da própria formação do mundo.
Foto: Meu sogro e uma miscigenada equipe de atletismo do Vasco da Gama por volta dos anos 50.
Infâncias...
No livro “História Social da Criança e da Família”, o historiador francês Philippe Ariés estuda a inserção da criança na vida social desde a Idade Média até os tempos modernos, quando o papel da família transformou-se estruturalmente. A História da Criança no Brasil e no mundo passa pela construção das relações de poder da sociedade; principalmente no que se relaciona as minorias: mulheres, escravos, negros, índios e crianças. Foi um longo processo histórico até que as conceituações sobre infância submersas em visões históricas do adulto se modificassem em busca da valorização e da preocupação real com um ser social ascendente que também interagia com as instituições. E, mesmo assim a infância não foi nem é a mesma para todas as crianças e mais do que as diferenças de época, as de classe, gênero e raça fizeram e fazem com que nem todos vivam a infância da mesma forma. Pesquisando fotos antigas, observando vestuários, posturas, semblantes, dentro de uma linha de tempo é possível quase que datar quando a criança começa a deixar de ser uma sombra, uma cópia do adulto para parecer com uma criança...
Tempos de Pedro II
Em meados dos anos 70, alguns anos depois do Liberato, eu também estudei Canto Orfeônico no CPII e catedráticos como Celso Cunha, Jairo Bezerra e Rocha Lima entre outros eram os professores; apesar da disciplina rígida, as aulas, os professores, os bailes, o grêmio, as competições esportivas, o coro orfeônico, a banda de música e os desfiles cívicos atravessaram o tempo como algo mágico e o Colégio, símbolo de tradição e saber, foi responsável por muitos profissionais, ex-alunos apaixonados, de renome no cenário nacional.
Para mim foi um período fantástico, muito menina vivi a época da repressão, dos movimentos estudantis, dos seqüestros dos embaixadores, dos exilados, dos desaparecidos políticos, das músicas proibidas dentro de uma instituição federal de educação tradicional, mas que independente da época e do sistema também abrigava professores sensíveis e empiricamente inovadores que levaram muitos jovens a iniciar suas trajetórias políticas no Grêmio Estudantil do colégio.
Teatro de Revista
Em 1924, inicia-se um período de grandes espetáculos com poucas e grandes estrelas flutuando entre a comicidade, a crítica política e números musicais e de fantasia. O elemento espetacular começa a ganhar força e em seu apogeu acontecem as produções de grandes espetáculos com elenco numerosos, grandiosas coreografias, cenários e figurinos luxuosos e as espetaculares vedetes que viraram a cabeça de famosos estadistas e afortunados senhores de família. Quando o gênero começa a apelar fortemente para o escracho e para o nu explícito entra em decadência e praticamente desaparece no final da década de 60. Mas, antes disso, por volta daquele movimentado 1958, uma jovem vedete, cujo nome não estou familiarmente autorizada a revelar, fez o seu quinhão de sucesso nos palcos do Rio e São Paulo...
Arpoador
Mas, já nos anos 50, quando o surfe, a pesca submarina e os mergulhos do Saramangue, a pedra-trampolim, agitavam o bucólico cenário, os então jovens surfistas ainda conseguiam “paquerar as uvas” depois de ter descansado em areias semi-desertas...
Avós de Petropólis
Quando elas nasceram a escravidão estava finalmente terminando, a continuação do processo abolicionista se dava pelas mãos das massas cansadas dos castigos; em 1910 o marinheiro negro João Cândido, era o líder do motim contra uma permanência escravista na Marinha: o castigo das cem chibatas em marinheiros rebeldes que eram geralmente negros e pobres. Os revoltosos foram mortos quando depuseram armas acreditando num acordo, mas os limites haviam sido estabelecidos. Os negros se inseriram definitivamente na sociedade como cidadãos livres e operários atuantes nos novos tempos que se iniciavam, embora ainda fossem negros.
O desenvolvimento econômico de Petrópolis, e outras regiões serranas, veio através de sua ligação com o governo imperial e por ter sido o lugar escolhido para a implantação de um projeto de substituição da mão-de-obra escrava pela imigrante.
O governo esperava que negros e mestiços se casassem com imigrantes europeus para “diluir” a raça negra na população brasileira, meus avós acreditaram e aqui estou eu... pele clara, olhos verdes, cabelos lisos e traços faciais que... em nada disfarçam o meu pé na cozinha...
Seguidores
Quem sou eu
- Yvelise Ramos Ribeiro de Moura
- Rio de Janeiro, Brazil
- Uma historiadora apaixonada...