Saudades de todos.
Feliz Dia do Amigo.
.jpg)
Foto: Turma de amigos num subúrbio do Rio, anos 60.
Dentre os ofícios do Historiador, a Pesquisa Histórica viabiliza a compreensão de processos históricos através da análise de dados e/ou imagens. Alguns dos meus familiares viveram, e ainda vivem, até os 100 anos e muito pode ser mapeado a partir de seus relatos, fotografias e documentos; unindo o "útil ao agradável" vou falar de História usando arquivos pessoais... IMAGEM: Minha sábia bisavó paterna em 1958, ela faleceu lúcida e sagaz 16 anos depois.
Historiar miscigenação no nosso país é bem mais complexo que avaliar índices ligados a questões raciais; não se trata de enfatizar ou negar misturas sociais, políticas e étnicas e sim pensar culturalmente as sociedades à luz desses fatores. Comemorando seus oitenta anos, idade que a minha miscigenada mãe também completaria esse ano, a Mangueira trouxe ao carnaval de 2009 um enredo sobre o povo brasileiro e as heranças da miscigenação transportando-nos para o século 15, mostrou o primeiro contato do homem branco com o indígena, falou das habilidades negras trazidas do continente africano, da cultura artesanal dos povos do sertão e da marcha implacável e povoadora dos bandeirantes pelo interior do país, entre outras evidências e dados de que o Brasil foi e é realmente multicolorido, muito além da questão da cor... A questão do racismo no Brasil, como em outros países do mundo, está muito mais ligada à aspectos políticos e financeiros do que à quantidade e/ou qualidade de uma miscigenação que é parte da própria formação do mundo.
Foto: Meu sogro e uma miscigenada equipe de atletismo do Vasco da Gama por volta dos anos 50.
No livro “História Social da Criança e da Família”, o historiador francês Philippe Ariés estuda a inserção da criança na vida social desde a Idade Média até os tempos modernos, quando o papel da família transformou-se estruturalmente. A História da Criança no Brasil e no mundo passa pela construção das relações de poder da sociedade; principalmente no que se relaciona as minorias: mulheres, escravos, negros, índios e crianças. Foi um longo processo histórico até que as conceituações sobre infância submersas em visões históricas do adulto se modificassem em busca da valorização e da preocupação real com um ser social ascendente que também interagia com as instituições. E, mesmo assim a infância não foi nem é a mesma para todas as crianças e mais do que as diferenças de época, as de classe, gênero e raça fizeram e fazem com que nem todos vivam a infância da mesma forma. Pesquisando fotos antigas, observando vestuários, posturas, semblantes, dentro de uma linha de tempo é possível quase que datar quando a criança começa a deixar de ser uma sombra, uma cópia do adulto para parecer com uma criança...
Foto: Menino de origem alemã, órfão criado pelos avós, 1927.
Foto: Menino, 1937.
Foto: Crianças, 1967.