abril 16, 2009

Arpoador

Entre o Forte de Copacabana e o início da praia de Ipanema, o Arpoador tornou-se conhecido pela pedra de mesmo nome que avança mar a dentro, de onde se arpoavam as baleias no Rio de Janeiro colonial - a caça à baleia, junto com a produção de açúcar e o comércio de madeira nativa foram importantes atividades econômicas no período. Entre os anos 20 e 30 existiam apenas dezoito construções residenciais na, então tranqüila, Praia do Arpoador e apenas entre 1920 e 1950 surgiram ruas no bairro... Mas, quando, durante a Segunda Guerra Mundial, o Rio de Janeiro serviu de base para os aliados, soldados americanos desembarcaram aqui trazendo em seus sacos de viagem pés de pato, máscaras de mergulho e pranchas de surfe e foi aí que nossas praias começaram a ser utilizadas como local de lazer e entretenimento, deixando de ser freqüentadas somente por pessoas que buscavam cuidados para a saúde. O surfe brasileiro nasceu assim e foi se desenvolvendo e tornando o Arpoador mais freqüentado, as ondas eram surfadas em pequenas pranchas de madeira, de joelhos ou de bruços, como no bodyboard”. Um pouco mais tarde, o Arduíno Colassanti, o Paulo Preguiça, o Luiz Bisão e dizem que também o meu sogro, aquele mesmo que tentou assistir um desfile em Copacabana de cabeça para baixo, já surfavam em pé em pranchas de madeira sem quilhas, conhecidas como “portas de igreja” feitas com tábuas de compensado por um “cara” na Ilha do Governador, até conhecerem as pranchas de fibra de vidro que um piloto da Pan Am trouxe debaixo do braço. Até meados dos anos 40 o local ainda era um areal meio vazio e as raras casas davam frente para a rua e fundos para a praia...


Mas, já nos anos 50, quando o surfe, a pesca submarina e os mergulhos do Saramangue, a pedra-trampolim, agitavam o bucólico cenário, os então jovens surfistas ainda conseguiam “paquerar as uvas” depois de ter descansado em areias semi-desertas...

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